Meu primeiro contato com o clássico conflito entre prazer e
dever. Tinha uma vida profissional a zelar e contas a pagar. Tinha um homem
maravilhoso me convidando para um mergulho no paraíso. Pedi um tempo até
quarta, para acertar minha agenda. Vibrei ao saber que o tal comercial da
Arisco, com Nelson Piquet, tinha dançado - a agência queria uma morena.
Discreto que era, Ayrton vibrou do seu jeito. Mas havia um teste para um
anúncio do drope Halls, bom dinheiro, três mil dólares, locação no Caribe, o
tipo da esbórnia que faria a cobiça de uma modelo. Mas eu não sabia mais se era
uma. As páginas de minha agenda estão cobertas de balõezinhos vazios,
pensamentos sem palavras, como nos gibis - representando tanto minhas dúvidas
quanto coisas que, por mais que pensasse, eu deveria calar. A única certeza se
chamava amor.
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