Por Marcos Júnior -
08/02/2014 09:40
Não é de hoje que as equipes
de Fórmula 1 realizam testes antes do início de um campeonato, a chamada
pré-temporada.
O Brasil, tanto em Interlagos
quanto no extinto Jacarepaguá, foi palco dos chamados testes de pneus que
muitas equipes utilizaram, sobretudo nas décadas de 70 e 80, por conta das
altas temperaturas de verão, que levavam os compostos à condições extremas de
durabilidade e desempenho.
A logística também era levada
em consideração, óbvio, uma vez que a abertura do campeonato normalmente
acontecia no Brasil ou na Argentina.
Claro, embora a ação
priorizasse os pneus, as escuderias também aproveitavam a ocasião para
desenvolver motores e apurar a aerodinâmica, em uma época em que os recursos
eletrônicos eram extremamente acanhados se comparados aos padrões atuais.
Em 1986, por exemplo,
Ferrari, McLaren, Lotus, Brabham, Willians, Benetton, Ligier, Arrows e RAM,
tiveram seis dias de treinos sob o escaldante calor carioca, visando o GP do
Brasil, que aconteceu no dia 23 de março, que teve dobradinha brasileira, na vitória
de Nelson Piquet (Williams-Honda) e o segundo lugar de Ayrton Senna
(Lotus-Renault). O francês Jacques Laffitte (Ligier-Renault), completou o
pódio, em terceiro.
A reportagem, da TVE do Rio
de Janeiro, ficou a cargo dos repórteres Sérgio Du Bocage e Tino Marcos, que
entrevistaram Nelson Piquet e Ayrton Senna. As equipes presentes ao circuito de
Jacarepaguá foram apresentadas na matéria, que destacou a revolucionária
Brabham BT-55.
O carro, de perfil
aerodinâmico extremamente baixo, com uma caixa de câmbio de sete marchas e
impulsionado pelo motor BMW turbo, acabou sendo um fiasco, marcando apenas dois
pontos no campeonato, ambos com Riccardo Patrese. O outro piloto da equipe,
Elio de Angelis, acabou morrendo em um acidente durante um teste no circuito francês
de Paul Ricard. A asa traseira da Brabham se soltou e ele bateu violentamente,
provocando um incêndio. De Angelis aspirou muita fumaça e não resistiu.
Ao término da temporada,
Alain Prost conquistou seu primeiro título, com dois pontos de vantagem para
Nigel Mansell, o vice-campeão. Nelson Piquet terminou em terceiro e Ayrton
Senna em quarto, em seu segundo pela Lotus, ainda preta e dourada. No ano
seguinte, a Lotus mudou de patrocinador, saindo a John Player Special e
entrando a Camel. A equipe inglesa, então, teve seus carros pintados de amarelo
e passou a contar com motores da Honda, no lugar da Renault.
Ainda sobre Senna e a Lotus, vale destacar que o brasileiro conquistou oito poles em 1986, das 16 possíveis, mas venceu apenas dois GPs, na Espanha (Jerez) e EUA (Detroit). O motor turbo da Renault, embora poderoso nas qualificações, pecava pelo alto consumo de combustível e pouca durabilidade.
Curiosidades:
Ainda sobre Senna e a Lotus, vale destacar que o brasileiro conquistou oito poles em 1986, das 16 possíveis, mas venceu apenas dois GPs, na Espanha (Jerez) e EUA (Detroit). O motor turbo da Renault, embora poderoso nas qualificações, pecava pelo alto consumo de combustível e pouca durabilidade.
Curiosidades:
*
Embora e equipe RAM estivesse presente aos testes, onde enfrentou muitos
problemas, acabou não participando do campeonato.
* Na época, dois fornecedores
de pneus calçavam os carros da categoria, no caso a Pirelli e a Goodyear.
* Jacques Laffite encerrou
sua carreira na F1 naquela temporada, após um grave acidente na largada da nona
etapa, no GP da Gran-Bretanha, em Brands Hatch, quando fraturou os dois pés.
Sua equipe, a Ligier, contratou o também francês Phillippe Alliot, formando
dupla com o compatriota René Arnoux.
* A Benetton, que já exibira
seu layout multicolorido nos carros da Tyrrell e Alfa Romeo, formou
sua própria equipe para aquela temporada, comprando a Toleman, a mesma por onde
Ayrton Senna havia estreado dois anos antes.
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